domingo, fevereiro 21

"Há jornalistas a entrar no terreno político"

Tomou as rédeas da Redacção da TVI depois da extinção do "Jornal Nacional de Sexta", de Manuela Moura Guedes. Júlio Magalhães teve, pelo menos, uma crise interna para gerir.
Exteriormente, os holofotes continuaram a focar-se na estação, com processos por esclarecer em mãos na reguladora e a intenção de compra da Ongoing de 35% da Media Capital. A TVI completa hoje 17 anos em perspectiva de mudança. O director de Informação, Júlio Magalhães, no estilo que lhe é habitual, continua a mostrar nervos de aço. Provou-o na conversa telefónica que antecedeu o envio destas perguntas por e-mail. As respostas foram enviadas quase em simultâneo com o desmentido à notícia da revista "Sábado", onde negou qualquer encobrimento de notícias relacionadas com o caso Freeport.
Como descreve a informação que se faz hoje em dia na estação?
A de sempre. Independente, plural e rigorosa.
O que realça pela positiva desta fase?
A forma empenhada como os jornalistas da TVI têm colaborado connosco em prol da estação. Fazemos o nosso trabalho de forma transparente.
Os jornalistas identificam-se mais com o trabalho agora realizado?
Só eles podem responder. Esta Direcção de Informação sente total apoio da Redacção.
Ficou a tomar conta de uma Redacção numa fase difícil. Foi mais complicado combater as divisões internas ou as críticas externas?
Sem dúvida que responder às criticas externas. Não há divisões internas na TVI.
Reagiu prontamente à declaração de que a informação da TVI estaria "domesticada". Ficou surpreendido com tal frase?
Fiquei, sobretudo vindo de quem veio. Mas continuo a pensar que o Ricardo Costa não estava a referir-se aos jornalistas da TVI.
Parece que os meios de comunicação estão rotulados: ou são pró ou contra Sócrates. Isto não lesa sobretudo o Jornalismo?
Não creio que os órgãos de Comunicação estejam rotulados. Há é jornalistas que estão a extravasar a sua competência a entrarem no terreno político. Esses sim ficam lesados na sua credibilidade.
A TVI 24 tem ficado aquém do previsto. Há quem critique os pivôs novatos… O que tem de mudar?
A partir do dia 26, pretendemos dar-lhe nova dinâmica. Julgo que faltam alguns conteúdos que lhe possam dar movimento. De resto, estamos satisfeitos com a informação e com os seus profissionais.
Já contactou Marcelo Rebelo de Sousa no sentido de o vir a convidar como comentador?
Se um dia o professor estiver sem compromisso é uma questão a ponderar, pois ele faz parte da história da TVI. Até agora, não houve nenhuma conversa nem abordagem porque continua comentador da RTP.
Na TVI, Marcelo parecia mais solto, acha que esse registo cria outro impacto junto do espectador?
Não creio. Estilos são estilos e a Maria Flor Pedroso é uma profissional competente que faz muito bem o seu trabalho.
Em relação à "Face Oculta", julga que há indícios de que exista um plano para controlar "toda" a Comunicação Social ou esta suspeita parece-lhe um exagero?
Não faço a mínima ideia. Sou apenas jornalista.
Lidar com pressões faz parte do exercício do Jornalismo?
Faz e sempre fará.
Como seria o noticiário ideal?
Gostava que cada jornal não tivesse mais de 40 minutos. São demasiado longos.
Em termos mais particulares, teme que o seu lugar não se mantenha com a entrada na Ongoing na Media Capital?
Não estou agarrado ao lugar nem ao poder. Quando tiver de sair, saio, de consciência tranquila e dever cumprido.
Como tem sido a sua vida na capital. Já se adaptou?
A minha cidade é o Porto mas há muitos anos que vou a Lisboa. Já me adaptei, mas regresso sempre.
O que é o melhor de Lisboa e do que tem mais saudades do Porto?
É uma cidade muito bonita e apelativa, mas demasiado grande, onde as pessoas ficam muito longe umas das outras. É disso que tenho mais saudades no Porto. Do conforto da família e do apoio dos meus verdadeiros amigos.
JN

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