domingo, dezembro 6

MundoTVI na 1ºpessoa



Com quatro filhos, e um quinto a caminho, o popular actor é um pai atento à educação da sua prole. Na casa da família a televisão é um electrodoméstico de acesso muito limitado.

Num intervalo das gravações de ‘Morangos com Açúcar’, na Associação Desportiva e Cultural da Encarnação e Olivais, Nuno Homem de Sá dá, feliz, a notícia: “Estou grávido. De dois meses e meio”. Foi assim que o actor comunicou que ele e a mulher, Carina Rodrigues, aguardam a chegada do primeiro filho em comum.
- Está à espera do quinto filho?
Estou. Não sei como vai ser com cinco bocas para alimentar e cinco propinas para pagar..

- Considera que é uma espécie de um superpai?
Às vezes sinto que não tenho mãos nem braços suficientes para os meus filhos. Talvez seja um bocadinho um superpai.

- Tem um filho com 19 anos, outro com oito anos, outro com seis e outro com quatro anos. Algum dos mais novos vê os ‘Morangos com Açúcar’?

Os meus filhos? Nunca. Eles não têm autorização para ver televisão. E os vídeos têm de ser previamente seleccionados por mim.
  
- Qual é a sua maior preocupação enquanto pai?

Interrogo-me muito sobre o Mundo em que os meus filhos irão viver. O aquecimento global, o aparecimento de novas doenças, a guerra e a miséria são questões preocupantes.

- É verdade que quando lhe propuseram integrar a série juvenil ‘Morangos com Açúcar’ gostou particularmente do facto de ir interpretar um pai?

Sim, é verdade, a proposta pareceu-me engraçada e gostei ainda mais do papel porque iria ser pai de duas raparigas.

- Falando do seu trabalho na série, como classifica esta sua nova personagem?

Ainda há muita gente conservadora e retrógrada neste País e o Teodoro Bacelar retrata, na ficção, um desses exemplos. É um médico conservador, que não deixa a mulher trabalhar e que decidiu que as duas filhas têm que ser médicas como ele. Ele tem a mania de ter tudo sob a sua alçada, mas na esfera doméstica tudo parece começar a fugir ao seu controlo.

- Esta é a primeiro vez que contracena com Sandra Faleiro?
É a primeira vez. E a Sandra, além de ser uma excelente actriz, tem-se revelado uma colega muito altruísta, que contribui imenso para as cenas ficarem mais ricas.

- Como aprecia o trabalho dos jovens actores desta série?
Os miúdos são muito talentosos. Esta malta canta, dança, representa... Estou surpreso. Isto é uma coisa inédita em ‘Morangos’. Esta série está noutro patamar.
Os miúdos são muito talentosos. Esta malta canta, dança, representa... Estou surpreso. Isto é uma coisa inédita em ‘Morangos’. Esta série está noutro patamar.

- Está a correr bem a gravação da peça de Natal que os alunos de ‘Morangos’ estão a preparar na escola da ficção?
Uma heresia (risos). Fiquei chocado! Onde é que já se viu o anjo Gabriel, de motoreta, a enviar um SMS à Virgem Maria comunicando-lhe que iria dar à luz Jesus? É uma festa de Natal alternativa, cheia de criatividade. O episódio vai ficar muito interessante.

- Como é a sua relação com os actores mais jovens?
Não sou exemplo para ninguém, porque estou sempre na palhaçada, sobretudo quando há miúdos envolvidos, até porque ajuda a passar o tempo. Estou habituado a fazer o mesmo com os meus filhos. Mas estes miúdos são muito disponíveis e demonstram  muita vontade de aprender. Mas o que mais sobressai é o facto de serem pessoas com diversos talentos.

- Como explica a longevidade desta série juvenil, que está em exibição há sete anos consecutivos?
Os jovens são o público-alvo desta produção. E tudo é orientado nesse sentido. Depois, é um formato único na TVI e tem uma fórmula fresca. Os alunos da série dão sempre um novo contributo à produção.

- Por estar vocacionada para as artes, considera que esta série é diferente das anteriores?

Deve ter sido muito difícil fazer os castings para esta série, porque há aqui muitos talentos reunidos. E há aqui outra novidade: não há tradição em Portugal de pôr esta gente tão nova a representar, cantar e dançar. É entusiasmante ver que isto começa a acontecer. Junto de alguns miúdos, esta série vai certamente mexer com o bichinho das artes.

- Que lhe apetecia fazer em televisão depois de ‘Morangos com Açúcar’?

Gostava muito de voltar a ter um papel denso, com mais profundidade.

- Como o António, da novela ‘Ninguém como Tu’, escrita por Rui Vilhena?

Sim, como o António. A personagem estava  muito bem escrita, muito bem caracterizada. Mas também tenho saudades da ‘Flor do Mar’, da equipa que era excelente, da Madeira, das temperaturas amenas da ilha e, claro, dos calorosos reencontros com a minha família depois de alguns dias de ausência de casa.

 Agradeço ainda a um leitor atento que me mostrou esta entrevista.
Entrevista retirada do jornal Correio da Manhã

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