domingo, dezembro 20

“Foi a televisão que mudou o nosso País”




Toxicodependente, vilã, prostituta, mãe solteira e dona de casa são alguns dos muitos papéis que a actriz interpretou no pequeno ecrã. Em ‘Morangos com Açúcar’ Julie Sargeant vibra com a personagem “suburbana” e “arruaceira” que desempenha na TVI.


Depois de ‘Flor do Mar’ e ‘Fascínios’, a actriz continua a pontuar na ficção da TVI. Agora, no papel de uma mãe que, abandonada pelo marido, cria sozinha dois irreverentes adolescentes.
Como se dá com a Rosa  do Canto, com quem contracena?
Eu e a Rosa entendemo-nos muito bem. É maravilhoso trabalhar com ela. É a primeira vez que isso acontece, mas estamos muito entrosadas e as coisas fluem muito facilmente.
Está satisfeita com o papel de Almerinda Serôdio que lhe foi atribuído?
Eu e a Rosa somos ambas as mães mais pirosas e suburbanas da série. É divertido, porque somos um pouco arruaceiras!
Sente-se entrosada com os jovens da série ‘Morangos com Açúcar’?
O formato é muito fresco, e se damos conselhos aos mais novos, também aprendemos muito com eles. Este elenco é maravilhoso.
Que ideia tem deste formato?
Para já, é uma série que se destaca pela sua longa longevidade e é o único formato feito propositadamente para um destinatário jovem, que se revê no seu enredo. O ar pop da série, a jovialidade e a realização são factores que mantêm a série no ar há sete anos consecutivos.
A sua filha de quatro anos vê a série?
Vê, ela e os primos, de cinco e seis anos, chegam da  natação e sentam-se para ver ‘Morangos’. É um produto vencedor. A minha sobrinha, de 15 anos, parava tudo o que estivesse a fazer para ir ver a série. Até quando estava de férias ia para o quarto do hotel à hora da sua exibição.
O formato evolui até chegar agora a uma escola de artes...
É fundamental estudar para se ter uma profissão e cada vez mais os actores deveriam passar por uma escola de artes. Sob este novo conceito, a série mostra o caminho para a representação.
Alguma vez se chocou com a linguagem ousada de ‘Morangos com Açúcar’?
Não acompanhei todas as séries, mas basta irmos a um centro comercial para ouvirmos linguagem mais ousada. As coisas mudaram. Tenho 39 anos e Portugal deixou de ser o País que era graças à televisão. Mas nunca vi ou ouvi nada que me tivesse chocado. A novela ‘Fascínios’, cujo elenco também integrei, tinha cenas bem mais ousadas, mas por isso era exibida num horário mais tardio.

Também acha que os temas abordados retratam a realidade?
Não me compete a mim falar de conteúdos. No enredo, o meu filho vende droga. Eu, como mãe, recuso-me a ver o que se passa. Isto acontece em muitas famílias portuguesas. A série retrata a fase difícil que é a adolescência. Por exemplo, na série não se vê ninguém a fumar. Há o cuidado de evitar reproduzir comportamentos errados.
Que lembrança tem de ‘Flor do Mar’, a última novela que fez para a TVI?
Foi um trabalho extenuante. E porque a novela era gravada na ilha da Madeira, durante os meses que duraram as gravações tive pouco tempo para mim e para a família. Para estar mais tempo com a família ia e vinha no mesmo dia. 
Não tem faltado trabalho desde que veio do Brasil?
Felizmente. Esta continuidade laboral tem sido uma surpresa maravilhosa. E provavelmente é também fruto do meu profissionalismo.

CM 
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