domingo, janeiro 31

“Pacificámos a redacção da TVI” - José Carlos Castro


O subdirector de Informação da TVI e coordenador da grande reportagem regozija-se com a liderança das audiências, mas diz que o mérito é dos repórteres. Fala em novidades e mudanças.



- Desde que assumiu funções na direcção de Informação e na coordenação da grande reportagem, ‘Repórter TVI’ tem subido de audiências. A que se deve?
Aquilo que se quis foi ter um dia fixo para a grande reportagem e a segunda-feira é um dia bom. Queremos manter um padrão de qualidade elevado. Ter cuidado na abordagem dos temas e, essencialmente, fazer todas as semanas, o que é um esforço grande para a estação. Mas o grande mérito da vitória é dos repórteres.


- Quantas pessoas integram a grande reportagem?
Há uma equipa de seis jornalistas [Alexandra Borges, Conceição Queirós, Ana Leal, Rui Araújo, Elisabete Barata e Brigite Martins] e seis operadores de câmara. Mas a ideia é abrir a grande reportagem à redacção com os mesmos meios. E essa poderá ser a grande dificuldade, porque os meios não são infinitos. Uma reportagem pode demorar seis semanas.

- Vêm aí novos conteúdos?
Falando só na informação, estou a tentar criar um novo produto. Está ainda em fase embrionária, mas é uma secção de média reportagem, com 7-8 minutos. Vai ter uma equipa própria. Gostava que fosse um produto autónomo e semanal, com o título ‘Conta-me Histórias’.
- Quando arranca?
Já está em execução,  mas não posso dar uma data para entrar no ar. Vamos tentar que se concretize dentro de quatro semanas.

- Estão previstas mais mudanças?
Vão haver mudanças sim, mas não posso dizer tudo o que sei (risos). Esta direcção é unânime numa coisa: acreditamos que todos os dias podemos mudar o que fazemos para melhor. Nesse sentido achámos necessário discutir o jornal no dia anterior e que vai permitir corrigir erros que são básicos e que se repetem. Só essa reunião de 15 minutos potencia muito o trabalho do dia e isso é exponencial. Está também a ser criada uma secção de Justiça, com três repórteres que já faziam esta área: Carlos Enes, Marta Miranda e Cláudia Rosenbush.


- O que projecta para a TVI para o ano de 2010?
Este é um ano de muito trabalho, com algumas questões ainda indexadas à saída do José Eduardo Moniz. Queiramos ou não tem o seu peso.

- A saída de Moniz, o fim do ‘Jornal de 6.ª’ e a tensão na redacção foram momentos difíceis para esta direcção de Informação?
Uma das nossas missões era pacificar a redacção e isso foi totalmente conseguido. Pacificámos a redacção. Era nossa missão conseguir trabalhar debaixo desse clima de tensão e de desconfiança em relação ao futuro. Não podíamos falhar as eleições, porque isso projectar-se-ia a longo prazo. A nossa preocupação era fazer o melhor que soubéssemos, não esquecendo essa espécie de tumulto que estava a acontecer. O momento mais difícil desta direcção de Informação foi o primeiro mês, sem dúvida. Acho que cumprimos grande parte dos nossos objectivos.

- Esta direcção de Informação prevê um bom ano na liderança?
Tem de ser esse o objectivo: a liderança. Nestas coisas tem de se dizer o que diz no futebol: esta equipa está em dinâmica de vitória. E isto significa a procura da excelência. Mas vamos ter um período de dificuldade, aquando do Mundial. A RTP tem os jogos e soltou alguns para a SIC.

- Como é que a TVI vai combater esse espaço?
Temos as nossas armas (risos). Não temos dúvida de que se vai notar, mas a experiência diz-me que a quantidade de jogos num Mundial é de tal ordem que as mulheres enjoam completamente.

- E a TVI tem novelas...
Precisamente. Há coisas que são inevitáveis.

- Como reage à saída de Miguel Sousa Tavares?
Pior do que não ter uma pessoa, é ter uma pessoa contrariada. Sempre o tratámos bem. E ele sabe. À parte disso, as pessoas têm as suas ambições pessoais e ele queria um programa na antena principal. Às vezes temos as pessoas, mas não temos espaço. E pensamos: por que é que vou tirar uma equipa que ganha, para arriscar noutra? Ele na SIC tem muito mais espaço.

- Esta direcção de Informação trabalha bem? No fundo está a começar...
Trabalha bem e ainda vai trabalhar melhor (risos). Estamos a começar a ter tempo para pensar televisão. Quando chegámos tínhamos tanta, tanta coisa para resolver. Eu queria era resolver o que tinha para agora e para amanhã de manhã. Depois aliviámos um pouco no Natal, e ainda não tivemos muito tempo, mas já conseguimos conversar mais um pouco sobre o que queremos executar. Acho que estamos no caminho certo. Para nós, direcção de Informação, é agora que começa a ter graça. Até agora  estivemos a resolver problemas. Sabemos o que queremos e agora é mais fácil executar. Já conseguimos projectar o futuro.

- Em tempo de crise é inevitável falar-se em despedimentos...
Na TVI? Não. O que pode acontecer é a renovação ou não de contratos, porque há pessoas que estão associadas a um determinado produto e se ele acaba não somos obrigados a ficar com a pessoa. Mas podemos fazer contratos de freelancer, e estamos já a fazê-lo. Pode até haver contratações, necessidades cirúrgicas. Por exemplo, vamos ter mais comentadores.

Já pode avançar nomes?
Ainda não, mas vamos apostar em comentadores de peso.

JORNALISTA CONTINUA DE BAIXA: “NÃO FICOU NADA PREVISTO PARA A MANUELA”
- E quanto à Manuela Moura Guedes, após a baixa volta para a grande reportagem?
Não lhe sei responder. Terá de perguntar ao Júlio Magalhães porque foi ele que falou com ela. Mas tanto quanto sei, quando o ‘Jornal de 6.ª’ terminou, após um período de mais ou menos duas semanas, marcou-se uma reunião de trabalho com a própria, que coincidiu com o dia em que ela entrou de baixa médica. Portanto essa reunião nunca chegou a acontecer, logo não ficou nada previsto para a Manuela. Mas posso dizer-lhe que de quando em vez se fala de onde é que vamos enquadrar a Manuela Moura Guedes. Isso é uma prioridade, efectivamente. Mas há prioridades e urgências e neste momento estamos a tratar das urgências. Quando ela voltar o cenário põe-se e falaremos todos.
CM

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